O treinamento aeróbico pode aumentar a força e a hipertrofia muscular?

Alguns treinos aeróbicos, dependendo da modalidade, do modo de execução e do tempo de treinamento podem levar a hipertrofia muscular.

São eles: as atividades de alta intensidade (até a falha muscular), as intercaladas de alta intensidade (HIIT), as com restrição de fluxo sanguíneo e as prolongadas de intensidade moderada (até 70% VO2 max), que finalizam com um sprint de alta intensidade e até a falha muscular. Já os treinos de alta intensidade e de alto volume, principalmente se apresentam uma recuperação inadequada, como vistos em treinos para maratona ou ciclismo contínuo, não apresentam efeito positivo e podem até ter um efeito deletério na massa muscular.

É importante se ater que os treinos tendem a ser próximos da falha muscular e não propriamente da fadiga cardiorrespiratória, então apresentam algum grau carga, como inclinações ou resistências. Fisiologicamente, um treinamento aeróbico até a falha é semelhante a um treino de musculação de cargas baixas até a falha.

Os potenciais mecanismos fisiológicos incluem: aumento da energia mitocondrial, melhora da dinâmica e proliferação mitocondrial, redução do dano da proteína e do DNA celular, redução da inflamação crônica, diminuição da miostatina, aumento do fluxo sanguíneo e da perfusão muscular, aumento da entrega de aminoácidos à musculatura, aumento da síntese proteica pós refeições, aumento da resposta à síntese proteica muscular por nutrientes e pela insulina e aumento da sinalização anabólica mediada pela insulina. (Knopka & Harber, 2014).

O que comer no pré-treino?

Depende da atividade, horário, objetivo… Vamos lá!

Para definir o melhor pré-treino é fundamental saber:

  • Qual o tipo de atividade física será realizada;
  • Horário, tempo e intensidade;
  • Quanto tempo você tem para a refeição;
  • Qual o objetivo com o treino (emagrecimento, performance, hipertrofia, definição).

Precisamos muito dos carboidratos, porém, não necessita ser exatamente uma hora antes do treino. Tudo depende da estratégia nutricional individualizada, do tipo de treino e da sua alimentação durante o dia. O carboidrato é a principal fonte de energia, pois melhora o rendimento, da mais ânimo e força para aguentar a rotina de treino (mas é TREINO de verdade, ok?).

 

Para escolher o pré treino é importante saber quanto tempo você tem antes da atividade física:

  • Se o tempo é curto: precisa de carboidratos de mais rápida absorção: tapioca, mel, arroz branco, batata inglesa, melancia, macarrão.
  • Se o tempo é maior: deve consumir carboidratos mais complexos de absorção mais lenta: batata doce, pão integral, banana com aveia, vegetais, iogurte, banana, maçã, mingau de aveia, cereais. E nutrientes com energia: canela, gengibre, pasta de castanhas…
  • Evite alimentos com muita fibra antes do treino, para prevenir desconfortos abdominais.

DHEA

dhea

 

A suplementação de DHEA está se tornando cada vez mais comum, mas na maioria das vezes é utilizada sem indicação adequada, podendo causar manifestações clínicas negativas nas mulheres ou desperdício de dinheiro nos homens.

O DHEA por ser um pró-hormônio não ativa nenhum receptor, mas ao ser convertido em testosterona e seus derivados passa a apresentar uma atividade significativa.

O DHEA é produzido pela glândula adrenal e é responsável por quase 50% da produção de testosterona na mulher, assim, quando suplementado, leva há um aumento significativo da testosterona plasmática na mulher.

Quando usado de maneira inadequada, pode levar ao aumento de pelos, acnes, queda de cabelo e pele oleosa. Se corretamente indicado, passa a ser uma medicação valiosa nas mulheres com deficiência de testosterona.

Como o DHEA é responsável por apenas 5% da produção corporal de testosterona nos homens, a sua suplementação é insignificativa, por haver uma adaptação hormonal nas primeiras semanas de seu uso.

Inicialmente o paciente pode se sentir um pouco mais disposto pelo aumento temporário da testosterona, mas com a sua retirada, o paciente também irá sentir temporariamente um cansaço, fadiga e indisposição. Resumindo, é um completo desperdício de dinheiro nos homens.

Saiba mais em www.endocrinologiaesportiva.com.br.

 

 

Dieta do HCG

dieta-do-hcg

 

 

O HCG é um hormônio produzido pela placenta e tem como principal função manter os níveis apropriados de estrogênio e progesterona durante a gestação.

A dieta do HCG é composta por uma dieta hipocalórica e cetogênica (em média de 500 kcal e com pouquíssimo carboidrato) associado ao uso oral, sublingual, nasal ou IM de HCG, que pode ser administrado diariamente ou até 1 x semana.

Segundo os defensores desta dieta, o paciente irá apresentar uma perda de peso expressiva, porém, sem perda de massa magra, graças ao seu efeito sacietogênico e estimulador do metabolismo.

Na teoria, o HCG funcionaria ao se ligar nos receptores de TSH da tireóide, estimulando a produção dos hormônios tireoidianos T4 e T3, que manteriam o metabolismo elevado durante a perda de peso e ao se ligar aos receptores de LH no testículo e nas células da teca ovariana, estimulando a produção de testosterona que permitiria a manutenção da massa magra.

Foram realizados vários estudos para comprovar o efeito do HCG na perda de peso. Dos 7 principais estudos, apenas o primeiro, que foi realizado em 1952, reportou uma eficácia do HCG no emagrecimento, sendo todos os outros estudos contrários.

Segundo a maioria dos estudos o HCG não apresenta qualquer efeito sacietogênico (a saciedade vem da dieta rica em gordura, que leva a náusea e a saciedade) e não estimula a perda de peso, acelera o metabolismo ou mobiliza a gordura (o emagrecimento é devido a intensa restrição calórica).
O mais surpreendente é que o HCG é uma medicação que foi estudada e projetada para ser administrada por via intramuscular e não há nenhum estudo ADEQUADO que comprova a absorção e a funcionalidade deste hormônio quando administrado por via oral, sublingual ou nasal.
Alguns dos médicos que prescrevem o HCG intramuscular pedem para o paciente diluir a medicação em várias seringas e que as mantenham na geladeira até o final do tratamento, mas segundo a bula do medicamento, a medicação não pode ser armazenada e deve ser utilizada imediatamente após aberta.

Surpreendentemente, vários estudos demonstraram que grande parte das manipulações orais e nasais tinham pouco ou até nenhuma molécula de HCG imunologicamente ativa e sim algumas variações do HCG, como o HCG Beta core ou HCG hiperglicosilado, que estão associados ao surgimento e a propagação de vários tipos de câncer.

Na prática, noto que os pacientes que vieram consultar comigo após o uso do HCG apresentam uma recuperação quase total do peso, já que não há tempo suficiente para uma adaptação metabólica adequada.

Realmente noto que a perda de peso é principalmente de gordura e que há uma manutenção da massa magra, mas isso é devido ao efeito anabolizante do HCG, que é inclusive considerado uma droga do doping.

Além disso, o HCG está associado há vários efeitos colaterais, como: tromboembolismo, cisto ovariano roto, síndrome da hiperestimulação ovariana, ginecomastia, edema, risco de gravidez ectópica, irregularidade menstrual e outros.

Caso estiver pensando em usar o HCG gostaria que tivesse a convecção que está utilizando uma substância sem comprovação científica, sem efeitos colaterais estudos na dose utilizada e que se trata de um esteróide anabolizante.

O HCG é uma medicação exclusiva para tratamento de infertilidade.

Saiba mais em endocrinologiaesportiva.com.br.
#Endocrino, #endocrinologia, #endocrinologiaesportiva, #metabologia, #metabologiaesportiva, #HCG, #dietadoHCG, #drrafaelfantin, #saúdesempre

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO

HORMONIO DO CRESCIMENTO

 

A popularidade do GH vem aumentando entre os atletas devido as suas propriedades anabólicas, lipolíticas e pela dificuldade da sua detecção no doping.

Inicialmente, os efeitos do GH foram determinados após a sua reposição em adultos com deficiência comprovada. Houve uma redução da gordura em 20 %, aumento da massa livre de gordura em 7 %, aumento da força e da potência muscular, além da melhora da capacidade aeróbica e anaeróbica.

Os estudos atuais, realizados com adultos saudáveis em uso de GH, demonstraram que há:

-Redução em até 10% da gordura corporal total, sendo a redução principalmente na região abdominal.

– Redução da oxidação das proteínas corporais, indicando efeito poupador de proteína.

– Aumento da síntese proteica corporal total apenas nos indivíduos não treinados, sendo este, principalmente de colágeno e não das proteínas musculares.

– Um aumento da massa livre de gordura de 2,9 kg em homens e de 2,5 kg em mulheres após 2 meses de uso, porém, sendo este aumento quase totalmente pelo acúmulo de água extracelular.

– Aumento temporário da capacidade anaeróbica em 3,9%, que retorna ao normal em menos de 6 semanas após o término do uso.

– Efeito benéfico na recuperação de lesões musculares e ligamentares, comprovado ao aumentar os marcadores da síntese de colágeno.

– Não há qualquer melhora significativa da força, da potência e da capacidade aeróbica.

Na dose suprafisiológica apresenta efeitos adversos como: edema, comichão, dores articulares, síndrome do túnel do carpo, sudorese, fadiga e tonteira.

O uso crônico leva à distúrbios da glicose, alteração cardíaca, fraqueza muscular , aumento de um câncer pré existente e redução da expectativa de vida em uns 10 anos.

O GH deve ser usado apenas para tratamento de sua deficiência e não para fins estéticos ou de performance física.

Saiba mais em www.endocrinologiaesportiva.com.br.

CHOCOLATE ESCURO E PERFORMANCE

CHOCOLATE ESCURO E PERFORMANCE

As Epicatechins e os Flavonóides presentes no chocolate escuro estimulam a liberação de componentes vasoativos dos vasos sanguíneos musculares, que levam a um aumento da disponibilidade do Óxido Nítrico, determinando assim uma vasodilatação das artérias musculares, o que facilita e aumenta o transporte de oxigênio e de nutrientes para o músculo em atividade.

Um estudo realizado com ciclistas mostrou que o consumo de 40 gr de chocolate escuro ao dia aumentou em 21% a potência do exercício necessário para se atingir o limiar anaeróbico, aumentou a distância percorrida nos últimos 2 minutos de sprint máximo e reduziu o consumo de oxigênio em pedaladas de moderada intensidade.

O suco de beterraba, ao conter elevado teor de nitritos e nitratos, que serão convertidos em óxido nítrico nos vasos sanguíneos, também levam a uma ação vasodilatadora nas artérias muscular.

Ao estimularem a produção de óxido nítrico por mecanismos diferentes, a suplementação associada do suco de beterraba com o chocolate escuro pode ser bem interessante.

 

CARBOIDRATO DURANTE O EXERCÍCIO

CHO pré-treino

A suplementação de carboidrato durante a atividade física aumenta o desempenho do atleta ao poupar o glicogênio muscular e ao disponibilizar adequada glicose sanguínea nas etapas finais do exercício, em que há uma maior taxa de oxidação dos carboidratos.

A taxa máxima de oxidação do carboidrato exógeno é de 1,0 a 1,2 gr/kg/min, então, os atletas devem ingerir em torno de 30 a 60 gr de carboidrato por hora.
Para evitar desconfortos gastrointestinais, a solução de carboidrato deve ser de 6 a 8% e o consumo deve ser iniciado junto com a atividade.

Segundo os principais guidelines da medicina e da nutrição esportiva (ISSN, ACSM e IOC), o uso de CHO é indicado se:
1-A atividade for contínua e durar mais de 60 min.
2-A atividade for sustentada e de alta intensidade e durar mais de 45 min.
3-O exercício aeróbico for do tipo Stop and Start e durar mais de 60 min (Ex: futebol).
O consumo inadequado de carboidrato pode causar sintomas durante o exercício, como: baixo nível de energia, pernas pesadas, fadiga, taxa lenta de recuperação, falta de concentração, tonteira, irritabilidade e sensação de desmaio. Caso você estiver apresentando algumas destas queixas, deve ser avaliado a prescrição de carboidrato intra-treino.

Esta suplementação é exclusiva para os atletas que desejam hipertrofia e melhora de desempenho e não deve ser prescrita para quem está no processo de perda de peso ou de definição muscular. Seja sempre acompanhado por um especialista

ANABOLIZANTES E FUNÇÃO REPRODUTIVA FEMININA

Anabolizantes e função reprodutiva feminina

 

O uso de esteróides anabolizantes na mulher pode levar a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-ovário que controla a função reprodutiva feminina. ⠀

Durante e após o ciclo dos esteróides anabolizantes a mulher pode apresentar cólica menstrual, irregularidade menstrual e anovulação.

As alterações reprodutivas são reversíveis na maioria das vezes e o tempo necessário para esta regularização depende da dose, da quantidade e dos tipos de esteróides utilizados. Exemplificando, com o uso de substâncias de depósito estas alterações podem persistir por mais de 20 meses.

O uso de anabolizantes na mulher é sempre complicado. Em alguns casos, apesar da utilização dos esteróides, a mulher ainda pode ovular ou até mesmo já ter ovulado antes da utilização, havendo a possibilidade de uma gravidez que evoluirá para um aborto ou para uma má formação fetal.

A mulher que fez uso de anabolizantes e deseja engravidar deve procurar um endocrinologista para verificação da funcionalidade do eixo reprodutivo e, principalmente, para pesquisa de resquícios hormonais que poderiam levar a uma malformação congênita (inclusive uma hermafroditização fetal)

CRIOTERAPIA E PERFORMANCE

Crioterapia e performance

A crioterapia é um método amplamente utilizado no tratamento de injúrias traumáticas associadas ao esporte e também como acelerador da recuperação muscular em treinos e competições que possam causar lesões muscular (ex: Imersão em piscina de gelo após triátlon).

Esta técnica se baseia na tentativa de se reduzir o processo inflamatório muscular e assim, reduzir o catabolismo proteico e acelerar a recuperação muscular.

Durante e ao final da atividade física sempre haverá o aumento associado dos hormônios anabólicos (GH e IGF-1) e dos componentes catabólicos (interleucinas IL-6, IL1 e TNF-a e cortisol). É o balanço fino entre estes componentes que vão determinar a efetividade do treinamento.

Com a sobreposição dos componentes anabólicos sobre os catabólicos/inflamatórios haverá um aumento da massa muscular e a melhora fitness. Já a resposta inversa, desencadeará uma perda muscular e esta, ao se perpetuar, acarretará uma possível síndrome de overtraining.

Novos estudos estão demonstrando que a aplicação de gelo seguido ao exercício está associada a uma redução significativa dos hormônios anabólicos IGF-1 e IGFBP3 durante a recuperação muscular, suportando as evidências clínicas que a crioterapia na verdade piora o desempenho físico.

O uso da crioterapia deve ser reservado aos casos de injúria muscular comprovada ou usada em combinação com recuperação ativa e não em completo repouso.

DOPING INADVERTIDO (Cuidado com a escolha dos suplementos)

dopinginadivertido

Está crescendo exponencialmente o número de suplementos alimentares que reivindicam um enorme crescimento da massa muscular e da força, além de estimular a definição muscular.

Estes efeitos são atribuídos a novos ingredientes e a fórmulas fantasiosas, porém, a análise destes produtos mostram na verdade uma contaminação por esteróides anabolizantes (metandienona, oxandrolona, dehidroclorometiltestestorona e estanozolol) ou por termogênicos (clembuterol).

Para se prevenir dos casos inadvertidos de doping, os atletas devem evitar o consumo dos suplementos alimentares que propagam um extremo e rápido ganho de força e massa muscular, assim como perda de gordura.

Infelizmente, nos últimos 4 anos, uma nova fonte de doping inadvertido está atraindo a atenção dos médicos do esporte, que é a contaminação de carnes por clembuterol, que promove um crescimento mais rápido e acelera o abate dos animais.

Os atletas que viajam para a China e para o México devem tomar muito cuidado com a alimentação, já que lá o risco de contaminação da carne é maior. Outras possíveis fontes de contaminação de origem animal como o leite e os miúdos não podem ser descartadas.

Uma outra causa de doping inadvertido é o consumo de cereais (principalmente do milho) contaminados por fungos da espécie Fusarium SP, que produzem uma micotoxina com efeito estrogênico (ZEA –zearalenona). Portanto, os atletas devem evitar o consumo de marcas de cereais diferentes das prescritas.

Consulte sempre um endocrinologista, médico do esporte ou nutricionista esportivo antes de iniciar o uso de qualquer suplemento alimentar