MAS AFINAL, O QUE É A FOME?

De acordo com o dicionário, fome significa desejo ou necessidade urgente de alimento, uma sensação causada pela necessidade de comer. E segundo a fisiologia, é a sensação que o nosso corpo produz quando necessita de energia e nutrientes. Sendo assim, o estômago vazio libera um hormônio chamado grelina, que age diretamente no cérebro ativando esta sensação.

Normalmente comemos por uma questão de necessidade física, sem ligação à um alimento específico. No entanto, às vezes, ocorre a busca por um alimento específico por uma necessidade emocional (alegria, tristeza, ansiedade, estresse e depressão). Pensamos ser fome também, mas não é uma fome real. É uma necessidade gerada pelos nossos sentimentos. Ao se descontar na comida, se cria um atalho fácil e prazeroso e esta prática pode levar à compulsão alimentar.

Qual é a sua fome?

Você sabe identificar os tipos de fome que sente? É importante entender a diferença aprendendo a identificar a necessidade e o porquê da sensação. Isto porque o corpo dá sinais se a fome é fisiológica ou emocional.

Na fome física, a necessidade é orgânica com aumento gradual da fome e é possível aguardar um pouco para comer. Pode haver dores de cabeça, dores de estômago, tontura e irritação. Há a interrupção do ato de comer ao se saciar, não desaparecendo com a prática de outra atividade e após comer se tem a sensação de bem-estar.

Já a fome emocional tem ligação com o prazer e desejo, o indivíduo sabe que se comer o alimento irá ter prazer, conforto, ou até mesmo pode ser por recompensa. A vontade vem do nada e sempre por um alimento específico, na maioria das vezes, são alimentos bem calóricos e sem valor nutricional como doces. Não é possível aguardar, tem que ser naquela hora e desaparece se for feita outra atividade. Sem sensação de saciedade e acompanhada de culpa e frustração.

Podemos, ainda, subdividir a fome emocional em três tipos:

Vontade ou fome afetiva

Acontece quando você se depara com uma imagem ou cheiro de um alimento, por exemplo, um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Mesmo sem fome, tem se a vontade de comer tal alimento, pois lhe traz boas lembranças de uma época vivida e/ ou da pessoa que fazia aquele bolo.

E se não comer naquela hora, provavelmente vai ficar pensando no bolo o dia todo.

Neste tipo de vontade, você sabe exatamente o que quer. Sabe claramente qual sabor quer sentir. Caso Identifique que a vontade é de fundo afetivo, coma um pedacinho saboreando lentamente com moderação e sem culpa. Pois uma vontade reprimida, pode ir se acumulando e retornar de forma mais acentuada posteriormente, se transformando em compulsão. É melhor do que comer de forma exagerada depois.

 

Vontadezinha ou fome social

Esta é uma vontade que aparece nos momentos de comemorações (festas, confraternizações, reuniões) com amigos e familiares. O comer e beber coisas gostosas ao lado de pessoas queridas.

Não precisamos abrir mão destes momentos, eles são importantes para nossa saúde mental. Você apenas precisa encontrar o equilíbrio, sendo mais consciente com as necessidades do seu corpo e menos distraído. Apreciando os alimentos em pequenas proporções, evitando a gula, balanceando com alimentos mais saudáveis e retornando a alimentação normal ao longo da semana.

 

Vontadezona ou fome emocional

Uma vontade ativada pelo mecanismo de recompensa. A comida é vista como um acalento, um troféu, após, por exemplo, um dia estressante, cansativo, frustrante ou triste. Você logo pensa: HOJE EU MEREÇO!

Você acredita que realmente precisa comer algo muito gostoso para tentar resolver esse sentimento interno. E nosso cérebro não é bobo, ele sabe que a recompensa é maior com a combinação de alimentos que contenham açúcar e gordura, afinal são ingredientes mais palatáveis.

Por isso, a primeira coisa que você pensa é em alimentos como: chocolate, sorvete, bolo, pizza, bolacha, pão com manteiga, e outros ou você já pensou, nestas horas, em comer ovo cozido com alface?

A fome emocional é perigosa porque é ela que faz as pessoas terem uma relação errada com a comida. Você come por outros motivos, para cobrir o buraco que os sentimentos abriram. E a verdade é que estes sentimentos não vão embora mesmo se você comer todo aquele alimento desejado. Você pode até sentir um prazer temporariamente, mas o mais adequado seria tratar estes sentimentos negativos procurando a origem e de repente até buscar ajuda profissional.

 

Dicas para evitar a fome emocional e criar um relacionamento saudável e prazeroso com a comida:

– Identifique os gatilhos que ativam a vontade de comer. Observe quando surge o desejo e trabalhe na solução dessa questão.

 

-Mastigar devagar ao se alimentar, pois a sensação de saciedade demora a chegar até o cérebro, por isso é importante comer com calma.

 

– Procure outras formas de extravasar a energia, fazendo outras atividades que gosta. Faça uma lista das coisas que lhe dão prazer. Exemplos, leitura, atividade física, tomar um banho relaxante, se distrair om animais e/ ou filhos.

 

– Pratique Mindful Eating, uma técnica que visa a atenção plena ao se alimentar, trabalhando os 5 sentidos (principalmente visão, olfato e paladar), sem distrações, como, televisão, celular e computador, por exemplo.

 

Esse artigo foi escrito pela nutricionista Mariana Teixeira.

O CUIDADO COM A ALIMENTAÇÃO COMEÇA NA LEITURA DOS RÓTULOS

A leitura dos rótulos inseridos nas embalagens de alimentos é fundamental. É importante que você tenha o costume de ler os rótulos dos produtos, pois isso interfere diretamente na qualidade das suas escolhas alimentares.

Tenha costume de ler a lista dos ingredientes. Porção é a quantidade de produto que o fabricante usa como referência para os valores de cada nutriente que está na tabela. Os alimentos diet são ricos em açúcar escondido na composição, sendo eles o açúcar cristal, açúcar de beterraba, açúcar de coco, açúcar de confeiteiro, açúcar demerara, açúcar invertido, açúcar light, açúcar magro, frutose, galactose, glicose, glucose, lactose, maltodextrina, maltose ,mel, dextrose, extrato de malte, sacarose, xarope de glicose.

Os 3 primeiros ingredientes são a base do produto, ou seja, a lista segue em ordem decrescente. Procure evitar produtos com muitos ingredientes, principalmente daqueles que você não tem conhecimento. Cuidado com os rótulos e frases de efeito nas embalagens.

Olhe todas as prateleiras. Os maiores fornecedores costumam comprar o espaço das prateleiras que ficam na altura dos olhos e, consequentemente, seus produtos costumam custar mais.

Compre o produto pela lista de ingredientes. E lembra-se: quanto menos ingredientes, melhor é o alimento.

 

Esse artigo foi escrito pela nutricionista Letícia Tona