AS DIETAS DA MODA E O PORQUÊ NÃO TE SERVEM BEM

Quando o assunto é dieta, temos uma vasta opção no mercado. Mas, uma grande parte delas não traz benefícios a longo prazo e não possui embasamento científico. Dietas da sopa, da proteína, do grupo sanguíneo, por exemplo, podem prejudicar a saúde de quem tem predisposição a alguma doença, estimular transtornos alimentares e um ganho de peso ainda maior com o passar do tempo.

Enquanto a sociedade cobra um padrão de beleza, as mídias vendem este padrão considerado “ideal” que não é real. E nesta tentativa de chegar a este padrão, muitas pessoas buscam alternativas rápidas para emagrecer e alcançar esse “corpo fitness”. E dentro deste contexto, aparecem as dietas da moda, produtos e procedimentos que prometem efeitos milagrosos, como a perda de dez quilos em uma semana.

Você já parou para pensar quanto tempo levou para chegar ao peso em que está hoje? Não se deixe enganar! Resultado rápido não é sustentável.

A pessoa pode até se sentir animada por conseguir perder peso na balança, mas não há benefícios em longo prazo, pois, muitas vezes, o peso perdido é mais de músculo (massa magra) e a chance de reganho é alta. Sem falar que algumas dietas restritivas podem complicar a saúde porque, quando feitas sem a orientação de um nutricionista, não suprem carências nutricionais, há desequilíbrio dos nutrientes e ainda não respeita a individualidade (preferência e necessidades).

A promessa de perda do peso rápido vinda destes tipos de dieta inicialmente trás motivação ao seguidor, contudo as propostas não estimulam hábitos saudáveis e não condizem com a rotina diária da pessoa, levando ao retorno dos velhos hábitos alimentares e, consequentemente, ao peso antigo. Um emagrecimento saudável e consciente requer a associação de uma reeducação alimentar, mudanças de hábito em longo prazo e o entendimento de que existem vários padrões de beleza. Cada um tem o seu!

A fórmula do sucesso ainda é a mesma: reeducação alimentar e prática de exercícios regularmente. Com relação a dieta, consiste na montagem de um cardápio individualizado com uma alimentação equilibrada, contendo alimentos integrais, oleaginosas, frutas, hortaliças, carnes magras, entres outros.

As dietas da moda são passageiras, mas a criação de hábitos saudáveis é para o resto da nossa vida!

Por Mariana Teixeira, nutricionista.

GORDINHO, MAS SAUDÁVEL. SERÁ?

Novas evidências trazidas por um estudo realizado no Reino Unido mostram que a obesidade “metabolicamente saudável” não é tão saudável como se pensa. É que o risco de muitas complicações importantes, como insuficiência cardíaca e doenças respiratórias, é elevado mesmo que as pessoas obesas mantenham um perfil metabólico normal.

Controlar o peso com mudanças no estilo de vida e, se precisar, com o auxílio de remédios é ainda a maneira mais segura de garantir um organismo realmente saudável. Porém, não devemos esquecer que, além da saúde física, devemos prezar também pela saúde mental e que o “corpo ideal” é muito relativo. A felicidade está muito além de ser magro ou forte. E quando falamos de saúde, muitas vezes perdas modestas trazem enormes benefícios. Por isso, aposte no tratamento individualizado e personalizado.

Suco seca barriga

 

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Tome QUALQUER suco de baixa caloria e vá para a academia!!!
Não existe milagre e sim foco!!
Siga uma boa dieta e faça uma atividade física bem orientada.
Se você acredita em um suco milagroso nunca irá realizar o necessário para um bom tratamento.

Cirurgia bariátrica

Graças a cirurgia bariátrica milhares de pessoas estão conseguindo se tratar da obesidade.

É um procedimento com grande taxa de sucesso e com risco relativamente baixo.

Para a sua indicação, o paciente deve estar em acompanhamento endocrinológico e nutricional há pelo menos 2 anos e não estar obtendo um resultado satisfatório.

O peso que determina a indicação do procedimento é o da primeira consulta médica e é sempre importante que o paciente emagreça para que realize uma cirurgia mais segura.

Segundo as novas regras do CFM, após este tempo de acompanhamento, os pacientes apresentam indicações para a cirurgia bariátrica se:

1. IMC > 40

2. IMC > 35 associado a comorbidades que AMEACEM a sua vida, como diabetes, síndrome da apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença arterial coronariana, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, AVC, fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale, síndrome de hipoventilação, asma grave não controlada, osteoartroses severas, hérnias discais, refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica, pedra na vesícula, pancreatites graves de repetição, esteatose hepática severa, incontinência urinária de esforço (mulher), infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas, doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática, estigmação social e depressão.

Infelizmente, alguns médicos estão abusando destas novas regras e a utilizam para arrumar uma brecha na lei, facilitando a cirurgia em pacientes que não apresentam indicações. Caso isto continue acontecendo, as regras voltarão a ser mais restritivas.

 

 

CAUSAS MEDICAMENTOSAS DE AUMENTO DE PESO

CAUSAS MEDICAMENTOSAS DE AUMENTO DE PESO

 

Existem vários medicamentos que estimulam o ganho de peso ou que dificultam a sua perda.

Nos pacientes com doenças crônicas que irão usar medicação a longo prazo ou/e que apresentam dificuldade de perda de peso, devemos ao máximo, realizar a troca do remédio por um que não influencie no peso ou até mesmo que o ajude a emagrecer. Felizmente, pelo número de medicações existente, isto é possível.

Abaixo apresento uma lista parcial das medicações associadas ao aumento de peso. Procure sempre um endocrinologista para ajudá-lo.

Antidiabéticos: Insulinas, Glimepirida, Glibenclamida, Glicazidas, Nateglanidas, Repaglinidas e Pioglitazona.

Antidepressivos e estabilizadores do humor: Tricíclicos (Nortriptilina, Imipramina, Clomipramina, Amitriptilina), Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (alguns, como a paroxetina), Mirtazapina e Lítio.

Antipsicóticos: Clozapina, Risperidona, Olanzapina, Quetiapina e Haloperidol.

Anticonvulsivantes: Carbamazepina, Gabapentina e Valproato.

Antihistamínicos: Ciproeptina (presente no Cobavital), Difenidramina (Difenedrin e presente também no Benalet, Cladryl, Expectil, Notuss e Trimedal) e Doxepina.

Antihipertensivo: Propranolol e Doxazosina (usado também na hiperplasia da próstata)

Corticoesteróides: todos os orais e injetáveis. Alguns tópicos e nasais como a Budesonida.

Anticoncepcionais: Muitos. Associados principalmente com a alteração da composição corporal.

Saiba mais em endocrinologiaesportiva.com.br.

SENADO APROVA RETORNO DE MEDICAÇÕES A BASE DE ANFETAMINA

SENADO APROVA RETORNO DAS ANFETAMINASNa quarta-feira 20/04/2015, o Senado Federal aprovou o projeto de lei que autoriza a produção, venda e consumo dos medicamentos anfepramona, mazindol e femproporex.

O projeto já tinha sido aprovado pela câmara, mas como o Senado acrescentou a regra que classifica estes medicamentos como tarja preta e a necessidade que sejam comercializados somente mediante a retenção da receita azul tipo B2, o texto voltará à análise dos deputados antes de ir para a sanção presidencial.

A fentermina, medicamento desta mesma classe, foi prescrito para 2,4 milhões de obesos americanos em 2011, correspondendo a 90% das prescrições para o tratamento da obesidade nos Estados Unidos da América.

A ABESO e o Departamento de Obesidade da SBEM reafirmam que a utilização de tais medicamentos, utilizados de forma controlada e em dose adequada, é uma ferramenta importante no tratamento da obesidade e devem ser sempre prescritos associados a melhora na qualidade da alimentação e ao aumento da atividade física.

O CHÁ DE HIBISCO ALTERA A FERTILIDADE?

CHÁ DE HIBISCOO extrato de hibisco é muito conhecido pelos seus efeitos diuréticos e seu uso é muito estimulado pelas blogueiras com a promessa de perda rápida de peso, sendo erroneamente atribuído a ele inclusive uma ação lipolítica (perda de gordura).

O hibisco é uma planta nativa da China e desde os primórdios é usado pelos indianos como um método contraceptivo.

Por apresentar uma ação estrogênica em doses baixas e uma ação antiestrogênica em doses elevadas, o hibisco pode alterar as características do endométrio e, assim, impedir a fixação do óvulo já fecundado. Existe ainda a dúvida se o hibisco apresenta algum efeito deletério direto ao zigoto (célula originada da união do espermatozóide com o óvulo).

Infelizmente, os artigos não determinam as dosagens seguras para as mulheres que buscam a fertilidade, então, como endocrinologista, estipularia a suspensão do uso uns 3 meses antes do início das tentativas.

Saiba mais em www.endocrinologiaesportiva.com.br.

EMAGRECIMENTO NA MELHOR IDADE

Devemos ter um cuidado especial com as mulheres após a menopausa e com os homens com mais de 50 anos.

Nesta fase da vida, ocorre o cessar da produção ovariana de estrogênio e uma redução significativa da testosterona masculina e, os principais hormônios anabólicos de cada sexo.

Fisiologicamente, inicia-se uma redução mais importante da massa muscular, que, futuramente, poderá levar a uma sarcopenia senil – condição em que o idoso passa a apresentar dificuldades para as tarefas básicas do cotidiano, como subir escadas e levantar da cama.

Portanto, a massa muscular deve ser conservada ao máximo!

Por isso, a dieta deve ser muito bem calculada (quantidade de calorias e de proteínas) e aliada à realização de exercícios de resistência (musculação).

ESQUEÇA A BALANÇA!

Não trabalhamos com o peso perdido, e sim com a melhora da estrutura corporal. O idoso que perde 4 kg, mas sendo 2 kg de massa muscular, ganha prejuízo.

O controle do emagrecimento tem que ser por análise da composição corporal, como na bioimpedância, que irá nos mostrar com alta precisão a evolução da perda de gordura e a situação da massa muscular. É muito comum o idoso iniciar o emagrecimento já com uma deficiência de massa muscular.

Não é só sobre perder peso, mas ganhar qualidade de vida!

MEDICAÇÃO PARA EMAGRECER x EFEITO REBOTE

MEDICAÇÃO PARA EMAGRECER X EFEITO REBOTE

A dúvida mais comum no consultório endocrinológico é sobre a possibilidade do efeito rebote com a utilização de medicamentos para emagrecer.

Infelizmente, alguns pacientes retornam ao peso original após o cessar da medicação, mas não considero isso um efeito rebote do medicamento, mas sim do paciente.

O tratamento farmacológico é sempre realizado em 2 etapas, sendo a primeira etapa a de redução do peso para o valor ideal e a segunda etapa, a de manutenção deste peso.

A medida que emagrecemos ocorre uma redução da taxa metabólica basal, tanto pela redução da quantidade de células (perda de músculo e gordura) quanto pelo aumento da nossa eficiência energética. (O aproveitamento energético dos alimentos passa de 20% (basal) para 25 a 30%, sendo o restante perdido como calor).

A grande maioria dos pacientes recupera o peso original por não respeitarem a etapa mais importante do tratamento, que é a de manutenção do peso. Após chegarem ao peso ideal, retornam ao antigo estilo de vida, inadequado em atividade física e em educação alimentar. Sendo justamente nesta fase que seu corpo está preparado para um maior acúmulo energético em forma de gordura.

Para manter o peso desejado na segunda etapa do tratamento deve-se: manter a medicação e com o tempo ir reduzindo-a gradualmente, ir adequando aos pouco a ingestão de calorias diárias e sempre manter uma atividade física adequada (Sempre acompanhando com o endocrinologista).

Não é uma regra absoluta, mas podemos obter o tempo ideal da fase de manutenção do peso, transformando a quantidade de Kg emagrecidos em meses. Então, se você perdeu 20 kg deve ficar 20 meses tendo um cuidado especial com o peso. Após este período, o seu metabolismo chegará a um novo equilíbrio, e este passará a ser o seu peso ideal para ele.

SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS E ATIVIDADE FÍSICA

Ao contrário do que muitas mulheres pensam, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) é diferente de ovários policísticos. A SOP é uma desordem metabólica e aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

O aumento da resistência insulínica e da insulina plasmática, com alteração do colesterol e aumento dos marcadores inflamatórios, é o que caracteriza a gravidade desta síndrome.

Por isso, estudos recentes compararam alguns tipos de treinamento para identificar qual exercício é mais eficaz quanto ao melhoramento da resistência insulínica em pacientes com SOP. Numa avaliação feita entre HIIT, musculação e aeróbico, o HIIT foi o único a demonstrar resultados satisfatórios, independentemente da perda de peso ou da dieta.

A síndrome dos ovários policísticos é diagnosticada a partir da confirmação de 2 dos 3 critérios: microcistos ovarianos (12 ou mais cistos de 2 a 9 mm na periferia ovariana ou um volume ovariano > 10 ml), excesso de hormônios masculino (sinais clínicos e/ou aumento da testosterona plasmática) e alteração menstrual.

A SOP é a endocrinopatia mais comum em mulheres na idade reprodutiva (20% das mulheres) e é uma das principais causas de infertilidade.

Tem SOP ou sofre com desordem hormonal? Faça o acompanhamento com um endocrinologista. Só assim conseguimos controlar as funções metabólicas e evitar problemas colaterais.