USO EXCESSIVO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES

USO EXCESSIVO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES

Estamos em uma época de abuso de suplementos alimentares.

Recebo no consultório inúmeros pacientes usando mais de 10 tipos diferentes de suplementos (prontos ou manipulados) e com gastos mensais que superam os 1000 reais.

Ao analisar a fundo a lista de suplementos percebo que a grande maioria não tem eficácia comprovada ou foi negada em estudos, alguns estão em doses elevadas e tóxicas (ex: garcinia cambogia e extrato de chá verde) e inclusive, é feito a prescrição de testosterona tópica como se fosse um suplemento.

Por não serem considerados medicações, raríssimas pesquisas são realizadas sobre os possíveis danos e efeitos colaterais entre as interações dos suplementos alimentares.

A sensação que eu tenho, é que este tipo de prescritor dá vários tiros no escuro sem saber com qual melhor arma lutar. Acertar em algo ele vai, porém não sabe como e qual é o efeito indesejado de tanta substância. Não é atoa que recebo vários pacientes com múltiplas alterações clínicas e laboratoriais (função hepática, renal, colesterol, glicose, hormônios sexuais e outros) e tenho que fazer uma intensa pesquisa médica para descartar as possíveis causas destas disfunções.

O profissional de excelência é aquele que consegue obter a maioria dos macro e micronutrientes de uma dieta bem elaborada e não aquele que sabe prescrever mais suplementos, que como o próprio nome diz, serve para SUPLEMENTAR uma dieta.

Saiba mais em endocrinologiaesportiva.com.br

A suplementação de vitamina D pode reduzir os riscos de infecção e morte por Covid 19

Ao auxiliar na imunidade, este recente estudo sugere que a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco de infecções virais e bacterinas, incluindo o SARS-COV19 e as suas infecções bacterianas secundárias.

Os mecanismos propostos são:
– Manutenção das junções celulares estreitas e aderentes, que fortalece as nossas barreiras celulares.
– Indução da produção de peptídeos antimicrobianos, que degradam as membranas dos patógenos, inibem as suas toxinas e reduzem as replicações virais.
– Moderação da tempestade inflamatória ao reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias e ao aumentar a expressão de citocinas anti-inflamatórias.

Segundo o artigo, para reduzir o risco de infecção de influenza e/ou COVID-19, deve-se considerar uma suplementação de 10.000 UI/dia de vitamina D3 por 4 semanas para se aumentar rapidamente as concentrações séricas de 25 (OH) vit D, seguido por uma dose de manutenção de 5000 UI/dia, objetivando manter as concentrações de 25 (OH) Vit D acima de 40-60 ng/ml.

Tanto as doses de prescrição quando a concentração plasmática sugeridas extrapolam e em muito a dose sugerida pela grande maioria das sociedades, incluindo as de endocrinologia, nefrologia, patologia e cardiologia.

A prescrição de vitamina D deve ser cuidadosa, tendo como base a sua concentração plasmática inicial e deve ser controlada pelo aumento da velocidade de suas concentrações e pelos níveis plasmáticos e urinários de cálcio.

O uso de doses suprafisiológicas de vitamina D podem levar a alterações cardíacas e renais graves, acelerar o surgimento de placas ateroscleróticas e aumentar a incidência de cálculos renais.

RESUMINDO, sem acompanhamento especializado nem pensar.

Grant WB, Lahore H, McDonnell SL, et al. Evidence that Vitamin D Supplementation Could Reduce Risk of Influenza and COVID-19 Infections and Deaths. Nutrients. 2020;12(4):E988. Published 2020 Apr 2. doi:10.3390/nu12040988

A reposição hormonal retarda o envelhecimento da pele


O hipoestrogênismo da menopausa é uma causa importantíssima do envelhecimento da pele, pois determina a redução de colágeno, da hidratação, da espessura, da elasticidade e da cicatrização.

Para se ter uma ideia, após 5 anos de menopausa, há uma redução de 30% do colágeno cutâneo.

Sozinho, o envelhecimento da pele não é uma indicação de terapia de reposição hormonal, porém, na existência de outros motivos (principalmente o fogacho), torna-se uma terapia bastante eficaz.

Para as pacientes que não desejam realizar uma terapia hormonal sistêmica ou apresentam uma contraindicação a esta terapia, existe a possiblidade de uma estrogenioterapia tópica facial, que demonstrou um aumento substancial do colágeno e do ácido hialurônico, este último, grande responsável pela hidratação cutânea.

Cuidado: A estrogenioterapia cutânea acelera a cicatrização de feridas e previne a formação de úlceras, porém torna a cicatriz mais evidente.

Dados obtidos do Consenso Brasileiro de Terapia Hormonal na Menopausa.

Dietas hiperproteicas e função renal

A ingesta de proteína vem crescendo gradualmente. Pense em um nome de dieta e provavelmente ela será hiperproteica. O motivo é que o aumento da ingestão de proteína reduz o apetite, aumenta a saciedade, estimula a termogênese alimentar, promove o ganho de músculos na musculação e preserva a massa magra durante o emagrecimento e o envelhecimento.

Porém, apesar de todos estes benefícios, seu consumo é às vezes desencorajado por alguns. A hipótese amplamente defendida é que a dieta hiperproteica ao aumentar a quantidade dos solutos renais (ex: uréia), leva a uma hiperfiltração glomerular compensatória, o que pode ocasionar um dano glomerular e uma eventual disfunção renal. 

Está é uma verdade nos pacientes com uma disfunção renal pré-estabelecida. Seus néfrons apresentam uma capacidade reduzida de filtração e um aumento da carga de solutos leva a anormalidades metabólicas, tanto que uma dieta de baixa proteína faz parte do tratamento.

Já nos indivíduos saudáveis, uma reserva renal funcional, aumenta a capacidade fisiológica de filtração em resposta ao consumo de proteína, removendo  mais  solutos em resposta ao aumento da sua quantidade. Esta resposta adaptativa não é fator de risco para o desenvolvimento da disfunção renal.

Assim, se você tiver uma função renal preservada, o aumento da ingestão de proteína não lhe fará mal.

Saiba mais sobre a consulta em http://www.rafaelfantin.com

Robert & Phillips, Stuart. (2018). Changes in Kidney Function Do Not Differ between Healthy Adults Consuming Higher- Compared with Lower- or Normal-Protein Diets: A Systematic Review and Meta-Analysis. The Journal of Nutrition. 148. 1760-1775. 10.1093/jn/nxy197.

 

Excesso de peso e a gravidade do Covid19

A obesidade está entre os principais fatores de risco para gravidade da covid 19, tanto que no Reino Unido 7 em cada 10 pacientes internados no CTI são obesos.

Está claro hoje que a obesidade é uma endemia, tanto que 40% dos americanos são obesos. O grande problema é que existe um risco de a Covid 19 também se tornar uma endêmia, como o HIV. Este questionamento está sendo feito pela OMS devido as enormes dificuldades e as frustrações que o mundo inteiro está enfrentando na elaboração das vacinas tendo o enorme número de fracassos.

A obesidade eleva o risco da gravidade por diversos fatores, incluindo a própria compressão das  vias áreas pelo tecido adiposo, a redução da imunidade e o estado pró-inflamatório do obeso, o aumento de receptores para o vírus no tecido adiposo que além de depósito, serve de local de proliferação viral e por último, o aumento de risco de comorbidades secundárias a obesidade como diabetes, câncer e outros, que englobam quase todos os outros fatores de risco conhecidos de gravidade da doença.

Ao pensar em obeso, logo imaginamos aquela pessoa bem acima do peso e volumosa, o problema é que os malefícios da obesidade não estão associados apenas com a quantidade de tecido adiposo e sim com a capacidade e a localização de armazenamento deste excesso de energia.

E é por isso que vemos nos consultórios as pessoas ditas como apenas sobrepeso ou até peso normal (aquelas com baixa massa magra e excesso de gordura), com múltiplas alterações endócrino-metabólicas da obesidade.

O meu receio é que o obeso e o muito obeso estão cada vez mais cientes dos riscos, mas como está você que está apenas um pouco acima do peso? Este é um dos motivos de tantas pessoas ditas como saudáveis estarem aumentando a lista de mortos.

Saiba sobre a consulta em http://Www.rafaelfantin.com.br

Comer mais no café da manhã irá te emagrecer

Quer emagrecer? Saiba que depois da restrição de calorias o mais importante é a quantidade, a qualidade e a distribuição dos macronutrientes (carboidratos, gorduras e proteína) em cada refeição.

Você deve começar o dia com um excelente café da manhã. Quando comparado com o jantar, a termogênese induzida pela dieta é 2,5 x maior no café da manhã. Além disso, ao longo do dia, você ficará mais saciado e com uma redução da fome e da vontade de comer doce.

Significando quê, ao comer bem pela manhã, você gastará mais energia para metabolizar a sua comida e conseguirá restringir mais as calorias diárias. Já comer mais à noite, poderá te engordar!

Está alteração do metabolismo energético é causada pelo ciclo circadiano dos órgãos. No intestino há um aumento do esvaziamento gástrico e uma melhora da absorção intestinal dos macronutrientes, no sistema nervoso central há um aumento dos estímulos simpáticos e por sua vez da noradrenalina e já as glândulas endócrinas, determinam um aumento da produção dos hormônios anabólicos, metabólicos e lipolíticos (GH-IGF1 e testosterona)

Como estas alterações são determinas pelo ciclo circadiano, a privação do sono impedirá o aumento da taxa metabólica basal e da termogênese alimentar matinal.

Um outro questionamento que este estudo trás é se realmente a jejum intermitente é benéfico. Se você pula as refeições da manhã, tenderá a comer mais do que o desejável ao longo do dia e em um momento inadequado do metabolismo. Talvez o horário do jejum intermitente que esteja errado e o adequado seria você comer apenas pela manhã e jejuar depois do almoço até o dia seguinte.

Alina & Oltmanns, Kerstin. (2020). Twice as High Diet-Induced Thermogenesis After Breakfast vs Dinner On High-Calorie as Well as Low-Calorie Meals. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 105. 10.1210/clinem/dgz311.

Saiba mais da consulta do Dr. Rafael Fantin em http://www.rafaelfantin.com.br

Se exercitar te protege do câncer

Saber que atividade física é sinônimo de saúde, não é novidade. Mas para reforçar ainda mais, um estudo atual do Colégio Americano de Medicina Esportiva confirmou haver um efeito protetivo da atividade física sobre o risco de se ter um câncer e de se sobreviver a um câncer.

Se você tem uma história familiar significativa de câncer, mais um motivo para você se exercitar, já que ela reduz o risco de você ter um câncer em 10 a 25% e saiba que quanto mais intensa a atividade física maior a proteção, principalmente os de bexiga, mama, cólon, endométrio, esôfago, estômago, pulmão, ovário e pâncreas.

 Se a notícia é boa, imagine para os pacientes que estão atualmente em tratamento.

Exemplificando, nos pacientes em tratamento de câncer de mama, colorretal e próstata, a atividade física reduz a mortalidade específica pelo câncer em 38% e a mortalidade por todas as causas em 37 a 49%.

 Sempre se exercite com um acompanhamento adequado e se você estiver em um tratamento de câncer converse bem com seu oncologista, pois existe fases em que a sua imunidade está mais baixa ou você está mais frágil, sendo uma contra indicação temporária.

Saiba mais da consulta do Dr. Rafael Fantin em http://www.rafaelfantin.com.br

A obesidade reduz a sua testosterona

A obesidade é o principal fator de risco para o hipogonadismo (redução da testosterona), sobressaindo os efeitos da idade e de outras comorbidades. 

Os indivíduos obesos, segundo o EMAS (European Male Aging Study), apresentam um risco 13 x maior de um hipogonadismo.

É um ciclo vicioso que auto se sustenta, já que relação da baixa testosterona e da obesidade são bidirecional. O obeso tem uma queda mais acelerada da testosterona e o individuo com baixa testosterona tem uma maior predileção à obesidade (principalmente abdominal).

É necessário uma perda de peso superior a 10% para haver um aumento dos níveis de testosterona. Uma redução do IMC de 30 para 25, leva a um aumento da testosterona em 13%.

Como há um ciclo de obesidade e baixa testosterona, a correta reposição de testosterona, ao melhorar a fadiga e facilitar o paciente a sair da inércia, facilita o processo de emagrecimento e também, mantém a massa muscular, algo fundamental no processo de manutenção do peso perdido.

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