USO EXCESSIVO DE SUPLEMENTOS

USO EXCESSIVO DE SUPLEMENTOS

 

Estamos em uma época de abuso de suplementos alimentares.Recebo no consultório inúmeros pacientes usando mais de 10 tipos diferentes de suplementos (prontos ou manipulados) e com gastos mensais que superam os 1000 reais.

Ao analisar a fundo a lista de suplementos percebo que a grande maioria não tem eficácia comprovada ou foi negada em estudos, alguns estão em doses elevadas e tóxicas (ex: garcinia cambogia e extrato de chá verde) e inclusive, é feito a prescrição de testosterona tópica como se fosse um suplemento.

Por não serem considerados medicações, raríssimas pesquisas são realizadas sobre os possíveis danos e efeitos colaterais entre as interações dos suplementos alimentares.

A sensação que eu tenho, é que este tipo de prescritor dá vários tiros no escuro sem saber com qual melhor arma lutar. Acertar em algo ele vai, porém não sabe como e qual é o efeito indesejado de tanta substância. Não é atoa que recebo vários pacientes com múltiplas alterações clínicas e laboratoriais (função hepática, renal, colesterol, glicose, hormônios sexuais e outros) e tenho que fazer uma intensa pesquisa médica para descartar as possíveis causas destas disfunções.

O profissional de excelência é aquele que consegue obter a maioria dos macro e micronutrientes de uma dieta bem elaborada e não aquele que sabe prescrever mais suplementos, que como o próprio nome diz, serve para SUPLEMENTAR uma dieta.

Saiba mais em endocrinologiaesportiva.com.br

 

ANABOLIZANTES E ACNES (ESPINHAS)

Anabolizantes e espinhas

Uma das principais queixas dos usuários de esteróides anabolizantes é o surgimento rápido e intenso de espinhas.

Ao se ligar aos receptores de androgênios da pele, a testosterona irá aumentar o crescimento das glândulas sebáceas, desestabilizará a barreira protetora da epiderme e prejudicará a cicatrização da pele, propiciando o surgimento das acnes.

O tempo necessário para a melhora da pele depende da dose e do tipo de esteróide utilizado.

O paciente deve procurar um dermatologista para a realização de um tratamento tópico e um endocrinologista para uma reorganização hormonal e uma prescrição de medicamentos que possam acelerar o tempo de recuperação.

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ANABOLIZANTES E FUNÇÃO REPRODUTIVA FEMININA

Anabolizantes e função reprodutiva feminina

 

O uso de esteróides anabolizantes na mulher pode levar a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-ovário que controla a função reprodutiva feminina. ⠀

Durante e após o ciclo dos esteróides anabolizantes a mulher pode apresentar cólica menstrual, irregularidade menstrual e anovulação.

As alterações reprodutivas são reversíveis na maioria das vezes e o tempo necessário para esta regularização depende da dose, da quantidade e dos tipos de esteróides utilizados. Exemplificando, com o uso de substâncias de depósito estas alterações podem persistir por mais de 20 meses.

O uso de anabolizantes na mulher é sempre complicado. Em alguns casos, apesar da utilização dos esteróides, a mulher ainda pode ovular ou até mesmo já ter ovulado antes da utilização, havendo a possibilidade de uma gravidez que evoluirá para um aborto ou para uma má formação fetal.

A mulher que fez uso de anabolizantes e deseja engravidar deve procurar um endocrinologista para verificação da funcionalidade do eixo reprodutivo e, principalmente, para pesquisa de resquícios hormonais que poderiam levar a uma malformação congênita (inclusive uma hermafroditização fetal)

CRIOTERAPIA E PERFORMANCE

Crioterapia e performance

A crioterapia é um método amplamente utilizado no tratamento de injúrias traumáticas associadas ao esporte e também como acelerador da recuperação muscular em treinos e competições que possam causar lesões muscular (ex: Imersão em piscina de gelo após triátlon).

Esta técnica se baseia na tentativa de se reduzir o processo inflamatório muscular e assim, reduzir o catabolismo proteico e acelerar a recuperação muscular.

Durante e ao final da atividade física sempre haverá o aumento associado dos hormônios anabólicos (GH e IGF-1) e dos componentes catabólicos (interleucinas IL-6, IL1 e TNF-a e cortisol). É o balanço fino entre estes componentes que vão determinar a efetividade do treinamento.

Com a sobreposição dos componentes anabólicos sobre os catabólicos/inflamatórios haverá um aumento da massa muscular e a melhora fitness. Já a resposta inversa, desencadeará uma perda muscular e esta, ao se perpetuar, acarretará uma possível síndrome de overtraining.

Novos estudos estão demonstrando que a aplicação de gelo seguido ao exercício está associada a uma redução significativa dos hormônios anabólicos IGF-1 e IGFBP3 durante a recuperação muscular, suportando as evidências clínicas que a crioterapia na verdade piora o desempenho físico.

O uso da crioterapia deve ser reservado aos casos de injúria muscular comprovada ou usada em combinação com recuperação ativa e não em completo repouso.

ATIVIDADE FÍSICA E FERTILIDADE

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A atividade física pode levar a uma disfunção reprodutiva ao interromper o pulso gerador do GnRH hipotalâmico, que leva a uma redução da produção hipofisária dos hormônios LH e FSH que controlam os hormônios sexuais e a função reprodutiva feminina.

Um estudo com 3887 norueguesas revelou que as mulheres fisicamente ativas na maioria dos dias possuem um risco 3,2 vezes maior de apresentaram um problema de fertilidade do que as mulheres inativas, sendo que as atletas que se exercitam até a exaustão apresentam um risco ainda maior. Felizmente, após cessação da atividade física por um tempo, a fertilidade dos 2 grupos se igualou.

Outro estudo realizado com 2232 mulheres submetidas a fertilização invitro mostrou que mulheres que se exercitam por 4 horas ou mais/semana apresentam 40 % menos chance de sucesso na primeira fertilização invitro ao ser comparada com as mulheres que não se exercitam.

O tipo de atividade e a composição corporal requerida no esporte influencia a função reprodutiva feminina. As ginastas e as bailarinas que treinam vigorosamente desde a infância e apresentam uma porcentagem de gordura corporal extremamente baixa tendem a menstruar 2 anos mais tarde que as meninas menos ativas.

Em média, 25 % das CORREDORAS apresentam uma desordem menstrual, que relaciona positivamente com a frequência dos treinos e a distância percorrida semanalmente.

Devemos lembrar que a menstruação regular não necessariamente quer dizer que a mulher está ovulando e que boa parte das mulheres em idade reprodutiva estão usando anticoncepcional que mascaram as disfunções hormonais associadas ao esporte.

As mulheres fisicamente ativas com dificuldades de engravidar, as atletas profissionais e as atletas recreativas mais avançadas devem sempre ser acompanhadas por um endocrinologista especialista.

Anabolizantes e a alteração da fertilidade.

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O uso dos esteróides anabolizantes pode levar a síndrome do hipogonadismo induzido por esteróides anabolizantes, que é determinada pela supressão da espermatogênese, redução do tamanho testicular, infertilidade e disfunção eréctil.

A testosterona e o estradiol derivado da sua conversão no tecido adiposo são os maiores reguladores do eixo hipotálamo-hipófise-testículo, assim o uso dos esteróides anabolizantes vão causar a supressão dos hormônios LH e FSH hipofisários, levando a redução da produção testicular de testosterona e ao decréscimo da concentração intratesticular da testosterona, e consequentemente, à redução da espermatogênese e da produção de esperma.

Estudos de contracepção hormonal masculina que usaram testosterona sozinha em doses terapêuticas ou em combinação com progesterona induziram uma redução importante (oligoospermia) e até ausência (azoospermia) da produção de espermatozóides. Dos 1549 homens com função testicular prévia preservada que participaram dos 30 diferentes estudos, 67% apresentaram retorno da concentração de espermatózoides acima de 20 milhões/ml em 6 meses, 90% em 12 meses, 96% em 16 meses e 100% em 24 meses.

Nos pacientes que usaram anabolizantes para melhora da performance e aparência, a dosagem é muito superior do que a usada na contracepção hormonal masculina, além de algumas drogas apresentarem efeito de depósito (a nandrolona pode ser detectada na urina por mais de 1 ano após o uso), então, podemos esperar períodos mais longos de 2 anos para completa recuperação.

Segundo os estudos, os pacientes que apresentaram contagem anormal de espermatozóides por mais de 2 anos após o seu uso, provavelmente tinham uma desordem pré-existente da fertilidade. Nestes pacientes, após os 2 anos, a qualidade do espermograma retornou ao padrão prévio ao uso.

Nos pacientes que usam anabolizantes para fins estéticos ou para performance, temos que somar a estes 2 anos o tempo máximo de depósito da droga.

Estudos mostraram que a associação do HCG com os esteróides anabolizantes, apesar de manterem a quantidade de espermatozóides, aumentaram a sua anormalidade morfológica quando comparado ao grupo que só usou esteróides.

Não é aconselhável o uso dos esteróides anabolizantes, mas caso for usar deve-se realizar um check-up hormonal e um espermograma antes. O paciente com infertilidade deve ser acompanhado pelo endocrinologista, pois a melhora do espermograma vai ocorrer apenas se houver o retorno completo do eixo hipotálamo-hipófise-testicular.

DISFUNÇÃO SEXUAL APÓS O USO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES.

Disfunção sexual e anabolizantes

 

É comum as queixas de mal estar, fraqueza, indisposição, redução da força e da massa muscular, diminuição da libido e dificuldade de ereção após o uso de esteróides anabolizantes.

Ao se utilizar uma dose suprafisiológica de testosterona ou de seus análogos, ocorre uma contrarregulação da hipófise (principal glândula do corpo), que suprime a produção do hormônio LH e consequentemente, a produção testicular de testosterona.

Além disso, o excesso dos hormônios sexuais circulantes levam há uma redução dos receptores de androgênios (de testosterona) celulares e são transformados no tecido adiposo em estrogênio (hormônio sexual feminino). Assim, ao término do ciclo anabólico, pode haver uma queda abrupta dos hormônios sexuais masculinos, uma redução dos receptores androgênicos e um aumento do estrogênio circulante que podem levar aos sintomas sexuais, causar ginecomastia e perpetuar a inibição hipofisária.

No surgimento da disfunção sexual pós esteróides, muitos pacientes que se encontram fragilizados acabam consultando a internet e optando por terapias de pós ciclo padronizadas. Esta prática deve ser desencorajada já que a escolha do tratamento ideal deve sempre ser feita após uma avaliação física e hormonal completa.
Exemplificando, ao contrário do que pensa a grande maioria dos usuários crônicos de esteróides, o uso de HCG no pós ciclo, apesar de impedir a atrofia testicular, vai estimular a perpetuação da falência hipofisária e pode levar ao surgimento de ginecomastia.

O tratamento inicial é sempre suspender os esteróides e consultar um endocrinologista especializado para ajudá-lo.

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PERFORMANCE: Estagnou? Não está conseguindo evoluir em seu treinamento? Aprenda algumas dicas para melhorar o seu desempenho.

DEFINIÇÃO/PERDA DE PESO: “Será que realmente estou perdendo peso na velocidade programada?” Avalie com alta precisão a sua composição corporal.

HIPERTROFIA: Dicas de alimentação, treinamento e suplementação para aumentar a sua massa sua massa muscular.

SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR: “Será que me suplemento de maneira correta?” Saiba quais são os suplementos ideais para cada tipo de treinamento e como usar.

ALTERAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS: “Não me sinto bem. Estou engordando, com queda de cabelo, cansado e com aumento de pelos. Será que tenho algum problema hormonal?”

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O QUE É ENDORFINA?

O que é endorfina

A Beta-endorfina é o hormônio do prazer liberado durante a atividade física e tem como função a modulação da dor e do humor do atleta. É devido ao seu efeito analgésico que muitas vezes machucamos durante uma prova, mas só notamos quando “o corpo esfria”.

Sua produção depende da associação do aumento plasmático do lactato e das catecolaminas, por isso, sua liberação ocorre apenas em exercícios mais intensos que ultrapassam o limiar anaeróbico (> 75-85% da FC submáxima) ou em atividades aeróbicas moderadas com duração superior a 60 minutos (> 55% da FC submáxima). Uma simples caminhada não liberará endorfina, porém, em um treinamento de alta intensidade intermintente (HIIT) pode haver um aumento de 4 a 7 x.

Os picos de endorfinas são reconhecidos como um sistema de recompensa e estimula o atleta a continuar a pratica de exercícios. A cessação do treinamento regular e a consequente falta da endorfina pode levar a depressão, sendo considerada uma parte da síndrome de destreinamento. Similarmente, o esporte é um importante fator no tratamento e na prevenção da depressão.