DEFINIÇÃO MUSCULAR

A maioria dos atletas que procuram um consultório endocrinológico estão em busca de uma hipertrofia muscular, porém, após a anamnese, descobrimos que o paciente realmente quer é uma definição muscular. Não adianta ter uma grande quantidade de massa muscular se esta está escondida por uma capa de gordura.

O grande desejo de todos é o aumento da massa magra com uma redução da porcentagem de gordura corporal, mas, infelizmente, estes objetivos são divergentes. No processo de hipertrofia muscular SEMPRE há um ganho de gordura.

As alterações hormonais que ocorrem na hipertrofia são antagônicas ao processo de definição muscular. Deve-se ter uma meta e direcionar o foco, caso contrário será como um cabo de guerra em que o centro não sai do lugar.

Ao ser decidido pela definição muscular o paciente deve receber uma dieta equilibrada, uma atividade física direcionada, uma suplementação adequada, e se necessário, o uso de medicamentos específicos.

O paciente deve receber uma dieta personalizada, hipocalórica (200 a 500 kcal a baixo do gasto energético diário) e levemente hiperproteica (até 1,8 gr/kg de peso corporal)

No treinamento específico para definição muscular há uma redução da intensidade e um aumento do volume do treinamento (aumento do número de repetições com redução do peso carregado). Deve-se diminuir ou suspender os intervalos de descanso entre as atividades, para transformar a musculação em um treinamento aeróbico. Na persistência do intervalo de descanso superior a 30 segundo há uma recuperação dos estoques de ATP e creatina muscular pelo metabolismo do glicogênio hepático/muscular, não sendo necessário o uso da energia estocada nas células adiposas.

A realização de musculação apenas 2 x por semana já é suficiente para reduzir ao máximo a perda de massa magra, assim, podemos nos focar em atividades aeróbicas otimizadas para a perda de gordura.

Muito cuidado com o uso de suplementos alimentares, já que a maioria são hipercalóricos e o objetivo é cortar caloria. Uma suplementação pré-treino bem elaborada pode reduzir o catabolismo muscular, facilitar a via metabólica da gordura ao invés do glicogênio muscular, reduzir a fadiga e disponibilizar mais energia para um aumento do tempo de exercício, permitindo um maior gasto de calorias.

Alguns pacientes necessitam do uso de medicamentos para reduzir a vontade de comer doce, reduzir a ansiedade e com isso a compulsão alimentar, aumentar a saciedade, impedir a redução do metabolismo estimulada pela perda de peso e reduzir a absorção intestinal de nutrientes.

Os profissionais envolvidos no atendimento do atleta (endocrinologista, nutricionista e educador físico) devem se comunicar e traçar juntos uma meta para cada paciente.

BETA ALANINA

BetaAlaninaPor ser o aminoácido limitador da síntese de carnosina, a suplementação de Beta Alanina pode aumentar a concentração de carnosina intramuscular em até 80%, melhorando assim a performance em exercícios de até 240 segundos, ao atenuar o aumento da acidez muscular induzida pelo exercício.
A melhora da performance é demonstrada pelo aumento do tempo até a exaustão, o aumento da velocidade máxima e a redução da percepção de fadiga. Não aumenta a força muscular, mas permite o aumento do volume de treinamento, aperfeiçoando a hipertrofia e/ou a definição muscular.
Além disso, a carnosina pode diminuir o estresse oxidativo ao reduzir a produção de radical livres pelo íons cobre e ferro.
A Beta Alanina está presente em quase todos os pré-treinos, porém em uma dose insuficiente para o acúmulo muscular, sendo portanto, ineficiente nestes produtos.
Como efeito colateral, ocorre principalmente a parestesia na face, no pescoço e no dorso da mão.

TREINAMENTOS INTERMITENTES DE ALTA INTENSIDADE (HIIT)

Os HIIT são aqueles treinamentos em que os atletas apresentam períodos de ataques de alta intensidade, intercalados com intervalos de recuperação ativa. Os períodos de atividade intensa podem durar de 5 segundos a 8 minutos e devem ser realizados com a frequência cardíaca de 80 a 90% da máxima e os períodos de recuperação podem ser igualmente longos e, usualmente, são realizados com a frequência cardíaca de 40 a 50% da máxima. A relação entre atividade intensa e recuperação ativa é normalmente de 1:1.

O treinamento HIIT melhora a capacidade aeróbica e anaeróbica, a pressão arterial, a saúde cardiovascular, a sensibilidade à insulina, o controle da glicose e do colesterol e a redução da gordura abdominal.

Os HIIT podem ser realizados em várias modalidades, como musculação, crossfit, corrida, ciclismo, caminhada, natação, futebol, handebol, basquete, vôlei, tênis, mountain-bike, entre outros. Um dos motivos da febre dos HIIT é a queima acelerada de calorias, principalmente após o término do treinamento. Após uma atividade física intensa, temos um déficit de oxigênio pós exercício (EPOC), assim, a nossa taxa metabólica fica mais acelerada por mais duas horas (em média) com o intuito de restaurar a homeostase corporal. Com um treino HIIT bem elaborado, este período EPOC aumenta de 6 a 15%, aumentando assim o gasto energético total. Essa forma de treinamento é mais exaustiva que uma atividade aeróbica comum (endurance) e, por isso, um maior período de recuperação é necessário.

TEM DIFICULDADE DE TREINAR DE MÁSCARA?

Sentiu diferença no treinamento de máscara? Normal! Todos nós sentimos, mas é necessário.

Quando estamos de máscara, tanto a inspiração quanto a expiração ficam prejudicadas. Ou seja, temos dificuldade de puxar o oxigênio e de liberar o gás carbônico. E com a gás carbônico retido na máscara, acabamos por inspirá-lo e, por isso, sentimos fadiga e até tontura.

O que fazer, então, para manter o bom rendimento do treinamento, especialmente para quem busca a hipertrofia?

Aumente o tempo de pausa. Se antes você parava 1 minuto, prolongue esse tempo para 3 ou até 5 minutos. Isso vai te ajudar a se recuperar melhor entre um exercício e outro e a manter todas as outras variáveis do volume total de treinamento: dias x exercícios x séries x repetições x carga.

Velocidade de execução da repetição no ganho de força e hipertrofia

Saiba como aprimorar seu treino para maximizar o ganho de força e de hipertrofia.

Entenda as variáveis e modifique o seu treino!

 

Quanto mais músculo mais saúde

Assista ao vídeo explicativo do Dr. Rafael Fantin, endocrinologista e especialista em medicina do esporte, falando sobre o tema proposto acima.

 

Com quanto mais músculo você estiver após os 60 anos, menor será o seu risco de doenças cardiovasculares.

O músculo protege o coração e o aumento, por ser acumulativo, deve começar no adulto jovem!

O treinamento aeróbico pode aumentar a força e a hipertrofia muscular?

Alguns treinos aeróbicos, dependendo da modalidade, do modo de execução e do tempo de treinamento podem levar a hipertrofia muscular.

São eles: as atividades de alta intensidade (até a falha muscular), as intercaladas de alta intensidade (HIIT), as com restrição de fluxo sanguíneo e as prolongadas de intensidade moderada (até 70% VO2 max), que finalizam com um sprint de alta intensidade e até a falha muscular. Já os treinos de alta intensidade e de alto volume, principalmente se apresentam uma recuperação inadequada, como vistos em treinos para maratona ou ciclismo contínuo, não apresentam efeito positivo e podem até ter um efeito deletério na massa muscular.

É importante se ater que os treinos tendem a ser próximos da falha muscular e não propriamente da fadiga cardiorrespiratória, então apresentam algum grau carga, como inclinações ou resistências. Fisiologicamente, um treinamento aeróbico até a falha é semelhante a um treino de musculação de cargas baixas até a falha.

Os potenciais mecanismos fisiológicos incluem: aumento da energia mitocondrial, melhora da dinâmica e proliferação mitocondrial, redução do dano da proteína e do DNA celular, redução da inflamação crônica, diminuição da miostatina, aumento do fluxo sanguíneo e da perfusão muscular, aumento da entrega de aminoácidos à musculatura, aumento da síntese proteica pós refeições, aumento da resposta à síntese proteica muscular por nutrientes e pela insulina e aumento da sinalização anabólica mediada pela insulina. (Knopka & Harber, 2014).

Como trabalhar melhor a musculatura do peitoral?


Peitoral Superior:

-Variações de supino inclinado.
-Variações do voador inclinado.
-Supino com pegada próxima.

Peitoral médio:
-Variações de supino reto.
-Variações do voador na horizontal.
-Flexões.
-Supino com pegada afastada.

Peitoral inferior :
-Variações de supino declinado.
-“Pulllovers dips” com Haltere.
-Variações do voador declinado.

Os peitorais possuem sete segmentos funcionais (Fung et al. 2009) e podem ser agrupados em 3 porções (superior, media e inferior). Cada porção possui uma vantagem mecânica única para executar determinadas ações em determinados ângulos articulares.

Assim, precisamos usar vários ângulos de pressão para desenvolver cada segmento do peito.

Encontre os movimentos que funcionam melhor para você e concentre-se em sobrecarregá-los com uma variedade de técnicas ao longo de sua evolução de treinamento.

Bibliografia: Based on: Larionov, A., Yotovski, P., & Filgueira, L. (2018). A detailed review on the clinical anatomy of the pectoralis major muscle. SM Journal of Clinical Anatomy, 2(3), 1015.

Texto e imagem modificada de @themusclephd

Como a musculação irá te emagrecer

Como o treino de resistência de ajudará a emagrecer:

– Redução do apetite.
– Mudança para um estilo de vida mais ativo.
– Aumento da termogênese não associada ao exercício.
– Aumento da demanda energética pelo ganho de massa muscular.
– Ativação da função mitocondrial e aumento da oxidação de gordura.
– Aumento da taxa metabólica basal para pagar o EPOC (consumo de oxigênio pós exercício)
– Produção de citocinas associadas ao metabolismo lipídico (Leptina, adiponectina, IL6)
– Redução da insulina e aumento dos hormônios lipolíticos (testosterona, gh….).

Qual é o melhor treino de musculação para perda de gordura e manutenção de massa magra?

HIRT – É o treinamento de resistência intervalado de alta intensidade. No HIRT, você carrega altas cargas, em poucas repetições pelo excesso de carga e com uma pausa estreita entre as séries. (ex: 6 repetições > 20 seg > até a falha > 20 seg : até a falha). Ele pode ser executado em circuito com uma pausa de 2:30 min entre as séries.

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