ADAPTAÇÕES METABÓLICAS NA PERDA DE PESO

Adaptações metabólicas na perde de peso

A perda de peso e a restrição calórica leva o corpo a reduzir o gasto energético total, pois ocorre a redução da termogênese, o aperfeiçoamento metabólico (aumento da eficiência no uso da energia) e alterações hormonais (aumento dos hormônios que reduzem a saciedade e que aumentam o apetite).

Ao se atingir uma baixa porcentagem de gordura corporal, ocorre a redução da leptina, da insulina, da testosterona e dos hormônios tireoidianos, e o aumento do cortisol e da gherlina, dificultando cada vez mais a perda de peso.

Em busca de uma maior definição muscular, quanto menor a porcentagem de gordura corporal desejada, maior será a perda de massa muscular associada. Uma dieta rica em proteína (≥ 25%) aumenta a saciedade e a termogênese, sendo a melhor opção para uma dieta restritiva em atletas.

Para reduzir o rápido reganho de peso, deve ser prescrito uma dieta reversa, através de um aumento lento e progressivo da ingestão calórica.

LIRAGLUTIDA: PERDA MÉDIA DE 8,4KG EM 56 SEMANAS!!!

LiraglutidaVocê já ouviu falar no uso da liraglutida no controle da obesidade?

O estudo SCALE, liberado em 2015 e realizado com 3.731 pacientes, mostrou excelentes resultados quando o uso de liraglutida foi feito em associação a um estilo de vida saudável.

Para entender melhor, a liraglutida é um análogo do hormônio GLP-1, ou seja, possui um composto ativo que imita o hormônio natural produzido pelo intestino. E porque esse hormônio estimula a liberação de insulina pelo pâncreas proporcional ao nível de glicose, é um medicamento utilizado no tratamento de diabetes desde 2011, e por também inibir o apetite, após o estudo SCALE, foi liberado no Brasil em 2016 para o controle de peso de adultos obesos ou com sobrepeso.

De acordo com o estudo, após 56 semanas, a média de peso perdida pelo grupo da liraglutida foi de 8,4 kg, tendo paciente que perdeu até 15,7 Kg. No estudo, 63,2% dos pacientes perderam mais de 5% de peso e 33,1% perderam mais de 10%. Já no grupo placebo, os resultados foram bem inferiores, havendo uma perda de peso média de 2,8 kg, sendo que apenas 27,1% dos pacientes perderam mais de 5% de peso e que 10,6% dos pacientes perderam mais de 10%.

O processo de perda de peso está relacionado à redução do apetite e do consumo energético diário. A perda de peso se manteve após a descontinuidade da medicação e, aparentemente, é mais eficaz em pacientes com o IMC menor que 40.

Além da perda de peso, os pacientes apresentaram uma maior redução da pressão arterial, da circunferência abdominal, da glicemia, dos lipídeos e dos marcadores de fatores de risco de doenças cardiovasculares.

Mas atenção! Como toda medicação, o uso do liraglutida apresenta indicações, contraindicações e efeitos colaterais. Portanto, sua prescrição deve ser feita apenas por um endocrinologista.

ATIVIDADE AERÓBICA EM JEJUM EMAGRECE?

Atividade aeróbica em jejum emagrece?

Há muitos anos vem sendo hipotetizado que a atividade aeróbica em jejum emagrece. Na teoria, treinar após uma noite de jejum aceleraria a queima de gordura, já que haveria uma redução do nível basal de insulina e do estoque de glicogênio hepático (glicose do fígado), o que forçaria uma maior utilização da gordura como fonte energética com o objetivo de poupar o glicogênio muscular.

No intuito de se testar esta hipótese, foi realizado um estudo com 2 grupos de pacientes. O primeiro grupo realizaria a atividade em jejum e se alimentaria logo após o término do exercício, já o segundo grupo se alimentaria um pouco antes de se exercitar. Todos os pacientes receberam dietas hipocalóricas e foram reavaliados após 40 semanas de treinamento.

Os pacientes que se exercitaram em jejum não apresentaram uma maior redução do peso, do IMC, do porcentual de gordura corporal, da circunferência abdominal e da massa livre de gordura, ao se comparar com os pacientes que se alimentaram antes do exercício.

Nos pacientes que se exercitaram em jejum, realmente foi observado uma maior queima de gordura durante a atividade física, porém, ao longo do dia houve uma menor utilização de gordura como fonte energética, assim, tornando o seu gasto total de gordura diário semelhante ao grupo que se exercitou após uma refeição.

Então, resumindo, A PRATICA DE ATIVIDADE AERÓBICA EM JEJUM NÃO EMAGRECE, compromete a qualidade do treinamento e nos predispõe a um maior risco de lesões

E AGORA, COMO RECUSAR A CERVEJA NO DOMINGO?

Cerveja e exercícioSegundo o estudo “Effects of a moderate intake of beer on markers of hydration after exercise in the heat: a crossover study”, publicado pelo Journal of the International Society of Sports Nutrition, um dos principais jornais de nutrição esportiva mundial, o consumo moderado de cerveja após uma atividade aeróbica em um ambiente quente não apresentou nenhum efeito prejudicial sobre os marcadores bioquímicos de reidratação.

Portanto, a cervejinha no domingo pode ser consumida, desde que se observe que:
– o consumo moderado é equivalente a 660 ml;
– as referências dos exercícios aeróbicos, neste caso,  devem ser menos de 1 hora de corrida a 60% VO2 máximo.

 

SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR PARA REDUZIR A DOR MUSCULAR PÓS TREINO.

No pain with gain

A suplementação de TAURINA + BCAA ameniza a dor muscular que sentimos nos 3 primeiros dias após a modificação de um treinamento, como o que o ocorre na troca de ficha da musculação.

Estudos comprovaram que esta associação reduziu os marcadores de lesão muscular e estresse oxidativo, a quantificação da dor relatada pelos atletas e o edema muscular local.

É importante lembrar que estes benefícios SOMENTE ocorrem na associação destes suplementos.

 

TIPOS DE ABDOMINAIS PARA PERDER BARRIGA

A medida que vamos engordando, os principais locais de acúmulo de gordura seguem uma ordem individual, assim, o primeiro local a depositar gordura também será o último a perder.

Caso a sua ordem de acúmulo de gordura seja inicialmente no culote e depois progredindo para barriga, coxa, antebraço e face, a sua ordem de perda será o inverso. (Face> antebraço > coxa > barriga> culote).

Infelizmente, através da atividade física não há como queimar gordura em um ponto específico.

Devemos lembrar que a perda de gordura é difusa, enquanto a hipertrofia muscular é localizada, então, os ditos abdominais para perder barriga podem na verdade aumentá-la.

 

CONSUMO EXAGERADO DE VITAMINAS E SAIS MINERAIS.

A prescrição de vitaminas e sais mineiras deve ser realizada apenas para pacientes com a sua deficiência constatada por exames de sangue ou devido a doenças crônicas e condições que atrapalhem a sua absorção ou o seu metabolismo.

A suplementação sem indicação não se associa com qualquer melhora da qualidade de vida, redução de doenças ou aperfeiçoamento do desempenho em atletas.

Ao contrário do desejado, a hipervitaminose e o excesso de sais minerais são maléficos, estando relacionados a inúmeras doenças e a um envelhecimento precoce pela formação excessiva de radicais livres.

Consulte SEMPRE o seu médico e NUNCA use nada sem uma indicação comprovada.

QUAL É A INFLUÊNCIA DO ESTRESSE E DA FALTA DE SONO NA HIPERTROFIA MUSCULAR?

Sono, estresse e hipertrofia

O ESTRESSE dificulta a hipertrofia muscular ao estimular a liberação hormonal de catecolaminas, GH, cortisol e prolactina. Os 3 primeiros hormônios direcionam o metabolismo muscular para a quebra de proteína ao invés da sua síntese (catabolismo) e a prolactina diminui a produção de testosterona testicular e de estrogênio ovariano (hormônios anabólicos).

A PRIVAÇÃO DO SONO interfere na hipertrofia muscular ao alterar a liberação dos hormônios LH, FSH e ACTH, consequentemente reduzindo a produção de testosterona no homem e a de estrogênio na mulher (hormônios anabólicos) e aumentando a concentração cortisol plasmático (hormônio catabólico).

Essas alterações hormonais atrapalham na hipertrofia muscular e estimulam o aumento da gordura subcutânea.

 

CREATINA – AINDA É O REI DOS SUPLEMENTOS?

A creatina é o principal suplemento alimentar para quem deseja aumentar a massa muscular ou desenvolver a capacidade anaeróbica. Só na primeira semana de carregamento dos estoques de creatina, pode haver um aumento de 1 a 2 kg de peso.

A suplementação de creatina melhora:
– a potência e a força muscular: de 5 a 15%
– o número de repetições até o esgotamento: de 5 a 15%
– o tempo no sprint único: de 1 a 5%
– o tempo no sprint múltiplo: de 5 a 15%
– o volume de massa magra
– a velocidade do desenvolvimento de força
– o diâmetro muscular.

Com a suplementação de creatina, os estoques de creatina muscular se elevam de 10 a 40%, aumentando a disponibilidade da fosfocreatina, o que acelera a ressíntese de ATP. A contração muscular ocorre após a liberação da energia proveniente da quebra do ATP que está ligada à fibra muscular.

Ao não conseguir se ligar nas fibras musculares, a energia liberada pela quebra da fosfocreatina não é utilizada diretamente na contração muscular, mas sim na ressíntese de ATP. E o que isso quer dizer?  A manutenção da força máxima por um tempo maior.

E como se deve ministrar a creatina?

Nos primeiros dias de suplementação, deve ser prescrita uma dose de carregamento do estoque muscular, seguida de uma fase de manutenção deste estoque. A administração de carboidratos e/ou proteínas com a creatina, ao estimular a liberação de insulina, promove uma retenção muscular de creatina mais eficiente.

Estudos com mais de 5 anos de duração demostraram que a suplementação de creatina é segura quando prescrita adequadamente. É de EXTREMA importância que a função renal seja avaliada antes do seu consumo.

 

 

CAFEÍNA E PERFORMANCE

A cafeína é rapidamente absorvida, sendo detectada em 15 a 45 min e apresenta pico de concentração plasmática em 60 min.

Seus efeitos ergogênicos decorrem principalmente de sua ação neuronal, por ser capaz de aumentar a excitabilidade dos neurônios e otimizar o recrutamento das unidades motoras.

É considerado um suplemento termogênico por estimular um aumento do metabolismo da gordura DURANTE o exercício e por prolongar o tempo de treinamento. NÃO acelera o metabolismo e seu efeito termogênico não ocorre em repouso.

O café (bebida) não apresenta efeitos ergogênicos, porque durante o processo de torrefação dos grãos há uma produção de derivados do ácido clorogênico, que alteram a estrutura da cafeína.

Nos consumidores crônicos de café, o efeito ergogênico da suplementação da cafeína persiste, porém há uma redução do tempo total de sua duração em 3 hs.

A dose da suplementação é de acordo com o peso do paciente. Doses baixas são ineficazes e doses altas estão associadas a vários efeitos colaterais, como taquicardia, tonteira, sudorese e vômito.

Ações da cafeína:
– Aumento da habilidade de manter a concentração e o estado de alerta.
– Facilita o aprendizado motor fino (ex: aprimora a acurácia de passes e dribles em jogadores de futebol).
– Aumento da velocidade e da quantidade de ataques nos treinamentos HIIT.
– Aumento discreto da força no supino, porém sem alteração no agachamento.
– Aumento da diurese em repouso, mas sem alteração durante o exercício.
– Estimula a liberação da B-endorfina em atividades prolongadas, auxiliando na redução da percepção da dor e da fadiga.
– No exercício, reduz a utilização do glicogênio muscular e aumenta a mobilização de ácidos graxos (gordura), facilitando o emagrecimento e possibilitando uma maior duração do treinamento.
– Na associação com carboidrato, a cafeína pode acelerar a ressíntese de glicogênio muscular, encurtando a fase de recuperação pós-treino.